Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando Clary decide ir a
Nova York se divertir numa discoteca, nunca poderia imaginar que
testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por
três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas
bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar
um assassinato quando o corpo desaparece e os assassinos são invisíveis
para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita
ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta
dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm
uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na
história do que gostaria.
Poucos livros na minha vida me fizeram sentir a paixão que
senti por ele na primeira página do primeiro capítulo. Não me lembro de um
livro que me despertou tanta raiva. Mas uma coisa é certa, apenas um conseguiu
fazer com que eu passasse a noite inteira sem conseguir dormir depois de ler a
palavra “FIM”. E esse livro se chama Cidade dos Ossos.
Talvez, se eu escrevesse essa resenha há umas duas horas
atrás, vocês encontrariam uma resenha carregada de insultos em vez de uma
crítica madura. Uma leitora frustrada com o rumo inesperado que a autora deu no
final da história. Algo que não consigo acreditar, mesmo depois de ter
terminado com o livro. Uma tórrida relação de amor em crise. Posso estar exagerando,
mas eu ainda estou odiando a Cassandra Clare.
Mas fora o último capítulo cruel, que me fez ter uma insônia
e uma crise existencial dignas da loucura, eu só tenho elogios à Cidade dos
Ossos. O enredo introdutório mais emocionante que já li.A Ficção mais bem criada. Um universo mágico
diferente do que já fora visto. Lobisomens, bruxos, fadas, nephilins vampiros e
demônios juntos numa narrativa rápida e envolvente do começo ao fim. Mistérios
a serem desvendados em cada linha. Ação e emoção muito humor em cada capítulo.
Esses são os ingredientes que Clare usou para conquistar legiões de fãs no
mundo inteiro.
Seus personagens são apaixonantes e pelo menos no que diz
respeito a mim, tanto os caçadores de sombras quanto mundanos se encaixam em
alguém que a gente conhece ou até mesmo com a própria pessoa que lê. Clare, se
mostra uma menina corajosa que as vezes é um pouco cega ao que está acontecendo
a sua volta.O Jace é irritantemente irresistível.
Lindo e corajosos, às vezes até achei ele um pouco inconsequente. Simon a outra
ponta do triângulo é fofo, eu adorei ele, mesmo torcendo pelo Jace. Outros
personagens também muito bem criados e curiosamente traiçoeiros. E o Vilão
Valentine é alguém que é impossível não odiar.
Se eu indico esse livro? Lógico que sim. Sei que é fácil me
impressionar, mas Cidade dos Ossos se superou. E eu não vi nenhuma pessoa que
dissesse “não leia este livro”. Podem ter surtado quando chegou às últimas
paginas, mas como eu, souberam reconhecer o brilhante trabalho de uma excelente
escritora.
Cidade dos Ossos é o primeiro livro de uma série de seis
livros. Sendo eles:
As
pessoas me perguntam o que eu vi em você. Como eu posso gostar tanto de você? É
difícil explicar em palavras a sensação de bem estar que você me trás. O quanto
você me entende e o quanto eu me sinto bem com você. Ouvir-te todo dia enche o
meu peito de alegria e acende no meu rosto o meu melhor sorriso. Suas palavras
me confortam e o som que vem delas são a minha canção preferida. Não importa
como eu tenha passado o dia, pois você sempre aparece pra me alegrar. Eu sei
que você estará lá pra fazer das minhas lágrimas, sorriso. Mostrando o quanto a
vida vale a pena. Você tocou o meu coração de um jeito que ninguém fez. Eu
lembro quando te conheci por acaso e te dei a atenção devida, deixando você se
perder por aí, sem saber o que você significaria mais tarde. Veio então um reencontro,
também por acaso, e eu fui me apaixonando a cada dia que te conhecia melhor.
Hoje você todo o sentido na minha vida. Você me conhece mais do que eu mesma,
me ensinou a ser rebelde, curou minhas lágrimas quando, chorando, te busquei.
Eu te ouvi e te compreendi, talvez melhor que os outros. Somos uma bela dupla e
eu posso conquistar o mundo, assim como você, pois você me ensinou a não ser
mais um satélite solitário e esquecido pelo mundo. Eu nunca fui a única. Eu não
me importo quando dizem que você pode não ser uma boa opção pra mim, ou me
fazer me sentir mal porque você só me faz sentir bem. Você está em mim, no meu
coração e pra sempre juntos.
Sabe aquelas músicas que sempre tocam o fundo da nossa alma e nos despertam uma emoção incontrolável? Ou que por algum motivo a letra te faz pensar numa situação emocionante. Ou até mesmo o clipe te faz derramar lágrimas?
Pensando nisso resolvi postar alguns videos de músicas que me emocionaram e me emocionam sempre que as ouço. Tem Linkin Park, Evanescence, Avenged Sevenfold e P!nk.
E vocês? Qual músicas faz você derramar lágrimas?
Leave Out All The Rest (Linkin Park): Não tem como não se emocionar com essa letra que fala sobre legados e do medo de ser esquecido. Além de uma melodia que te faz sentir a emoção a flor da pele quando a ouve.
Waiting For The End (Linkin Park): Outra música da banda que me emociona desde a primeira vez que ouvi é 8ª faixa do álbum A Thousand Suns. A letra junto com a melodia marcante é intensa. Sempre me vêm lágrimas quando a ouço.
My Immortal (Evanescence): O maior sucesso da banda liderada pela musa e Rainha Amy Lee, é profundamente tocante. Fala sobre a perda e o quão é difícil é superá-la. A voz perfeita acompanhada do piano e a cereja do bolo na canção.
So Far Away (Avenged Sevenfold): Tem como não chorar com essa linda homenagem feita pela banda ao The Rev? É simplesmente perfeita. Quando ouvi a música pela primeira vez, fui correndo atrás da história. E desde então não posso ouvi-la sem chorar, ou derramar ao menos uma lágrima.
Fuckin Perfect (P!nk): Eu me emociono tanto com essa música e principalmente com o clipe, que me faltam palavras para descrevê-lo. Também, quem não sofreria e sentiria uma grande compaixão com essa história? Assista e tire suas conclusões.
Espero que tenham gostado deste post. Comentem e digam qual música mais te emocionou na sua vida.
Quem não já entrou em uma
livraria e viu as capas da Saga Fallen, da autora Lauren Kate e se apaixonou
pelas artes nelas? Pois saibam que a artista que as criou se chama Fernanda
Brussi e é brasileira.
Fernanda formou-se em História e é
apaixonada por bandas de Metal, principalmente aquelas que tendem para Gothic
Metal, e por escritores como J. R. R. Tolkien, Shakespeare e Nietzsche.
Seu trabalho com fotografias ficou mais conhecido depois que teve suas imagens
estampadas nas capas dos livros da saga Fallen, best-seller famoso em todo o
mundo e febre entre os jovens. “É muito bom poder ver meu trabalho
ilustrando as prateleiras e meus amigos a toda hora dizendo ‘legal, vi sua capa
hoje’ em diversos lugares, até mesmo em livrarias de aeroportos ou de
shoppings, por exemplo.” disse a jovem em uma entrevista.
Sua arte tem um estilo
peculiar e alternativo. A influência gótica é evidente em seus trabalhos,
onde as fotos remetem a lendas vampíricas, medievais e sobrenaturais. Rainha na
manipulação e edição gráfica de imagens ela dá um toque especial a elas,
realçando a beleza e o encanto do que sombrio e melancólico. “Gosto de construir temáticas que fujam da
realidade ou que remetam a sentimentos profundos da própria realidade”. Na
maioria de suas imagens ela posa como modelo, vestindo figurinos espetaculares
que são mais uma forte característica da sua arte.
Eu conheci o trabalho da Fernanda
há um tempo, depois de ler os livros da saga Fallen. Identifiquei-me muito com
o seu estilo, e agora sempre que preciso ilustrar meus textos e poemas, procuro
logo as suas imagens. Enfim, a ela a minha profunda admiração. Segue aí algumas
imagens para que vocês conheçam mais profundamente o seu trabalho.
O silêncio que se seguiu não
durou mais que um segundo, mas para Isabel foi uma eternidade. Foi como se
alguém tivesse parado o tempo e congelado ela naquele momento. Dois tiros, os
dois haviam sido acertados. Isso bastou para que ela corresse em direção a
Henrique. Ouviu um grito agudo vindo de Arthur, mas ignorou. Apena seguiu em
direção ao seu amado rezando para que tivesse sido grave. Chegando a ele o viu
ensanguentado. Seu peito estava vermelho e brilhante e seus olhos brilhavam em
lágrimas.
– Oh meu Deus! Henrique, fale
comigo. Diga que está bem, meu amor – disse Isabel jogando-se no chão ao seu
lado, envolvendo-o em seu abraço – Por favor, fale comigo.
Henrique a olhou com seus olhos
azuis, como o céu havia sido um dia. Lágrimas começaram o escorrer como as
águas dos rios quando chegam a uma queda d'agua.
– Isabel – ele sussurrou – Me
perdoe... Eu tentei... Mas não... Consegui.
– Não fala nada. Eu vou cuidar de
você – Isabel beijou-lhe os lábios – sentindo o sabor salgado que vinha deles –
Você vai ficar bem. Você o acertou...
– Não... tão rápido... Quanto...
Ele – Henrique tentou tocar o rosto dela, mas não conseguiu sem a sua ajuda –
Prometa-me... Que vai se cuidar... E que não me esquecerá.
– Sempre. Eu sou tua, lembra? –
Ela chorou mais – Seremos felizes para sempre.
– Seremos...
– Não fale nada. Deixe-me ver
isso aqui...
– Não dá... tempo. Eu não...
tenho... tempo.
– Não faz isso comigo. Não me
deixe aqui sozinha – Isabel o segurou em seus pequenos braços com toda a força
que tinha.
– Eu... te... amo... Isabel
– Eu te amo. Fica comigo, não
morra.
– Eu...
Os olhos de Henrique pararam-nos
de Isabel uma última vez. E ali ficaram. Como quem compadeceu com a dor dela, o
céu fechou-se em nuvens e uma chuva se iniciou. Primeiro fraco, depois ficando
mais forte. E Isabel permaneceu ali chorando com as nuvens, tentando não
explodir de dor. Sentindo seu peito fragmentar-se como um vaso que cai ao chão.
Tentando conter o sangramento em seu coração. Foi sua mãe que a tirou de lá.
Ela não tinha forças para lutar, nem para segurar-se ao corpo de Henrique. Ela
havia se despedaçado por inteira. Mais tarde ela soube que o tiro de Henrique
havia acertado a coxa de Arthurcausando
um grande estrago que não possibilitaria uma noite nupcial tão cedo. Por isso
eles adiariam o casamento por algumas semanas. Mas ela também não tinha força
para lutar contra isso. Ela só conseguia chorar e chorar. Nada mais.
As semanas passaram para ela como
se fossem atemporais. Não havia sido rápido, nem longo. Só tinham passado
inviáveis a ela. Ela remoeu a dor da perda do único homem que amara em sua vida
por dias e noites inteiras. Lembrando os beijos, os abraços, a pele macia.
Lembrando-se de uma felicidade que parecia nunca ter lhe pertencido. A saudade
foi tomando conta dela, sufocando-a e consumindo-a coo a chama de uma vela. Ela
não se alimentava direito, não saía do quarto e não falava com ninguém.
Colocaram-lhe joias, preparando-a coo se fosse uma ranha. Mas ela não sentia
assim, não longe de Henrique.
O dia de seu casamento chegou e
ela não sentia nada, estava vazia. Como um rio que secara depois de ter trazido
vida e alegra a todos. Ela vestiu o vestido como se vestisse uma mortalha. Não
sentiu o aroma de campo com o qual a perfumavam.
Enquanto ficou sozinha no quarto
imenso que nunca seria seu sentiu a cabeça girar, e na sua mente veio uma
imagem do seu amado. Vivo, sorrindo-lhe como fizera no seu primeiro encontro.
Ela não ponderou nem um segundo e saiu do quarto caminhando determinada na sua
fraqueza.
É assim que voltamos para o ponto
de partida da nossa história. Ela escondeu-se nas sombras e caminhou durante um
tempo até chegar onde ela queria. Um monte de pedras empilhadas e uma cruz
sobre o topo delas. Isabel ajoelhou-se diante do túmulo e levantou as mãos aos
seios ofegantes.
– Meu Deus! Por que fizeste isso
conosco? Tomou o destino de nossas mãos e jogou-lhe ao vento para que não
conseguíssemos alcança-lo. Não suporto mais respirar sendo um zumbi. Não posso
ser feliz sem ele. Sem o meu único e verdadeiro amor. Permita-me que o
encontre! Abrevias esse sofrimento, sara esta dor, tire-me esse peso das
costas. Eu preciso me sentir inteira novamente.
Ela chorou por horas. Suas
lágrimas lavavam o túmulo de Henrique até que elas secaram. Ela deitou-se, sua
mão sobre o coração. Enquanto ele batia buscando se libertar. Enquanto ele foi
se acalmando e respirando a liberdade que chegara. Ela fechou os olhos e dormiu
como fizera todas as noites, mas com algo diferente. Um sentimento que ela
nunca sentira antes. Caiu num sono profundo e calmo.
Algum tempo depois, ela sentiu um
toque em seu pulso. Uma mão suave e familiar. Ela não precisava abrir os olhos
para ver quem era.
– Senti sua falta - ela disse
ainda de olhos fechados.
– Eu também.
Ela abriu os olhos e viu Henrique
parado ao seu lado. Não como quando o havia visto pela última vez. Ele estava
bem. Como no dia em que o viu na janela do baile. Ele sorriu e confortando
enquanto ela levantava-se.
– Permita-me a honra de mais essa
dança, minha senhora – Perguntou Henrique com falsa cordialidade.
– Claro que sim, meu duque - Ela
disse abraçando a sua imortalidade.
Ele passou a mão em sua cintura e
pegou a sua pequenina mão com delicadeza. Ela o envolveu o ombro dele com seu
braço livre e os dois saíram valsando pelo céu a caminho das estrelas. Eles
estavam juntos e agora seria para sempre. Sem ninguém para impedir a sua
felicidade.
– É com muita alegria e
satisfação que venho lhes dizer que cedi a mão de minha filha para o príncipe
Arthur.
Naquele momento o coração de
Isabel congelou. Tudo girou e as palavras pareciam sussurros espectrais na sua
mente. Ela o olhar ao príncipe que estava sentado ao lado do rei, com um traje
impecável. Seus longos cabelos pretos caíam elegantemente nos ombros. Os olhos
negros como um poço profundo e perigoso a encarava com um sorriso presunçoso.
Sentindo-se enojada procurou por Henrique que a olhava com profunda desolação.
Ele encontrou os olhos de Isabel marejados
e aflitos com a falta de sorte de ambos. Ele olhou para o príncipe e amigo que
pareceu pressentir o olhar, pois o encarou com uma satisfação contida. Arthur
levantou-se e com a taça na mão levantou um brinde.
– Sinto-me honrado em poder
casar-me com donzela de tamanho valor. Ouvi muito sobre a sua valia, e senti
que você seria a escolha mais sábia para reinar ao meu lado quando a época
chegar – ele encarou Isabel e terminou – Você será a minha rainha.
Ela não esperou pelo brinde,
levantou-se da mesa e ignorando os gritos de seu pai, retirou-se rapidamente da
sala. Ela não podia entender como isso estava acontecendo com ela. Mas ela não
aceitaria esse destino, nunca.
– Peço permissão de ir atrás d
minha noiva – disse Arthur ao Marquês, mas foi Henrique que respondeu num tom
frio.
– Ela deve estar surpresa com a
novidade meu amigo. Deixe que ela dissolva melhor os últimos acontecimentos.
Tenho certeza que ela não esperava por isso - ele precisou de muito autocontrole
para sufocar a raiva que crescia com uma faísca jogada na palha seca.
Você está certo meu amigo. Vou
dar-lhe todo o tempo necessário. Afinal, teremos uma vida inteira pela frente
para que ela se acostume a ser a minha princesa - Respondeu Arthur sem tirar o
sorriso do rosto.
– Não sei o que deu em minha
filha, alteza. Ela não costuma agir assim tão deselegante – desculpou-se o
Marquês.
– Eu compreendo.
Enquanto isso, Isabel foi para a
varanda. Ela estava tão desolada que não conseguia parar de chorar. Feito uma
criança assustada sentou-se no canto e envolveu os joelhos com os braços e de
cabeça baixa entregou-se a sua aflição.
- Ele não devia ter feito isso
conosco.
Ela olhou para cima e viu
Henrique se aproximar. Numa voz fraca e sussurrou - Ele sabia, não é?
– Ele sempre soube. Desde o baile
ele vinha me aconselhando a lutar por ti, e pedir a sua mão. – Ele silenciou-se
por uma segundo – Só para me apunhalar pelas costas como o covarde que é.
– O que faremos agora? Não quero
casar-me com ele. Eu quero a ti e a mais ninguém.
– Daremos um jeito – respondeu
agachando-se para tocar o rosto de Isabel.
– Eu lhe prometo que se não for
tua, não serei de mais... – Henrique não deixou que ela terminasse e beijou
Isabel com urgência. Ela correspondeu na mesma intensidade. Foi então que uma
voz lhes quebrou o momento.
– Que lindo! Chega a doer de tão
comovente. Pena que este romance acaba aqui – Aplaudiu Arthur sarcasticamente.
Henrique Levantou-se com toda a
fúria que guardara em si desde o jantar e lhe atingiu um soco no rosto, fazendo
com que o príncipe caísse no chão.
– Por que fez isso seu covarde? –
Indagou Henrique furiosamente.
– Não se faça de inocente na frente
da moça – Ele foi se aproximando e algo foi mudando em sua voz – Você sabe
muito bem que todos preferem você a mim. Até meu pai lamenta que você não seja meu
irmão - Respondeu desgostoso - mas isso acaba hoje.
Ligeiramente, Arthur levantou-se
e retribuiu o soco. E assim os dois começaram uma briga, enquanto Isabel
gritava para que eles parassem. O barulho fora tanto que não demorou que o rei,
o Marquês e mais algumas pessoas se deparassem com a triste cena. Hugo, irmão
mais velho de Henrique, o segurou enquanto o pai de ambos segurava Arthur.
– O que está acontecendo aqui?
Dois nobres brigando como se fossem camponeses bêbados – Falou o rei em tom de
reprovação e Arthur não perdeu tempo envenenar todos contra Henrique.
– Foi o seu afilhado, meu pai.
Ele estava seduzindo minha noiva...
– Mentira! Ele não estava me
seduzindo! Nós nos amamos! – gritou Isabel.
No instante em que ela pronunciou
tais palavras, todos a olharam espantados. Como ela havia tido coragem de
chamar o príncipe de mentiroso? Isso era uma afronta imperdoável.
– Vou perdoar-lhe por esse atrevimento
minha Isabel – ele virou para os demais na varanda –vejam o que eu lhes disse. Ele
estava seduzindo minha noiva e a iludindo com falsas juras de amor – Virou-se
para Henrique – Não tens vergonha de descer a um nível tão baixo?
– Eu estou sendo baixo? Arthur,
por que não honra as palavras que diz? Chamas-me de baixo, mas fora você que me
apunhalou pelas costas.
– E ainda tem a coragem de
reverter tudo que digo. Pondo-me como vilão, sendo eu uma vítima.
A discussão se estendeu por um
tempo. Arthur iludia o pai de Isabel e o rei, com tamanha lábia que era quase
impossível não acreditar em suas palavras cheias de veneno. Os únicos que
permaneciam lúcidos e certos da verdade do que sentiam eram Isabel e Henrique,
que tentavam, em vão, se defender da língua afiada de Arthur. A cada momento o
rei estava mais certo de que se enganara com o afilhado. O Marquês apenas ouvia
tudo encantado. Dois dos homens mais nobres da realeza queriam sua filha, e
mesmo sendo grande a afronta de Henrique, não era de se negar que ele tinha seu
valor.
– Meu pai – pediu Isabel entre
soluços – Não permita que me case com Arthur, eu amo Henrique e sei que ele me
ama. Ouça o pedido dessa filha que tanto lhe ama.
– Não poso minha filha, já lhe
prometi ao príncipe. Minha palavra foi dada e não está mais em minhas mãos.
– Eu não me casarei com ele.
Prefiro a morte – gritou Isabel, chocando mais uma vez as pessoas ali presentes.
Arthur viu na frase de Isabel uma
ideia que não lhe havia passado antes. E como um carrasco, pôs uma corda no
pescoço do casal.
– Então será um duelo que traçará
teu destino. Eu desafio o Henrique a um duelo, onde o vencedor leva o coração
de Isabel.
Todos ficaram em silêncio olhando
para os dois jovens que se encaravam com uma espécie de fúria queimando nos
olhos.
– Eu aceito! – concordou
Henrique.
Isabel ficou imóvel, sem saber
como e o que fazer. Era isso mesmo, eles duelariam por ela? E se... Um temor
subiu a sua mente e sem pensar duas vezes jogou-se aos pés de Arthur e
implorou:
– Pelo amor que tens a seu pai, e
a coroa que usarás um dia, não faça isso com Henrique. Eu me caso contigo, mas
não duele com ele – Ela olhou no fundo negro dos olhos de Arthur e viu que
havia apenas ódio e trevas.
– Não Isabel, eu jamais aceitaria
seu sacrifício. Você não irá se casar com ele. Não enquanto eu respirar – disse
Henrique.
– Se você não tivesse sido tola
de se apaixonar por ele, isso não teria acontecido. E eu jamais aceitaria
casar-me contigo sabendo que fizera isto por ele, e não por mim. Por isso o
duelo será amanhã. Antes do sol se por – falou Arthur para ela, empurrando-lhe
de seus pés – E saiba que se eu vencer este duelo terá que casar comigo.
Isabel olhou para Henrique, seu
coração parecia não conter a dor que se instalara nela. Se Henrique morresse,
ela o perderia para sempre.
No dia seguinte, todos se
reuniram para assistir ao duelo que seria no palácio real. Isabel e os pais
também estavam presentes. Henrique tomava lições com seu pai, quando a viu chegar.
Estava linda como as flores eram nas manhãs de primavera, mas nos seus olhos
cinza havia uma tristeza imensa. Ele não podia deixar de sentir a dor dela. E
se fosse a última vez que veria seus olhos de neblina. Não. Ele não podia
pensar assim, ele venceria Arthur e casaria com ela. Mas antes ele precisava
ouvi-la, sentir sua pele sob suas mãos, e provar do doce sabor de seus lábios.
Isabel estava perdida em seus
medos e aflições quando um guri lhe deu um recado de Henrique pedindo que a encontrasse
no chafariz que ficava entre algumas ramas altas, próximo à entrada do
labirinto.
– Meu amor, só a tua voz pode me
dar forças de enfrentar qualquer montanha que ponham entre nós - falou ele ao
ver Isabel chegar.
Ela o olhou no fundo de seus
olhos e disse calma e decidida.
– Te amo! E não importa o que
aconteça aqui hoje. Minha alma é tua e o meu coração jamais será de outro.
Nunca ninguém terá de mim o mesmo que tu tens. Tu és e sempre serás o único
para mim. Eu lhe prometo isso.
No canto de seu olho desprendeu
uma lágrima. Henrique aproximou-se enxugando a gota que descia em sua bochecha
e disse:
– Para mim só há você. Nada nem
ninguém no mundo mudarão isso. Eu te amo como nunca amei ninguém. E te amarei
até o fim e além dele. Pois o que sinto não tem fim.
Ele cortou o espaço entre eles e
posicionou seus lábios sobre os dela. Inicialmente, beijou-lhe doce e sereno,
mas ambos sentiram a urgência do que estava por vir. Assim o beijo se
aprofundou num misto de paixão e medo, amor e tristeza.
Quando se separaram, trocaram um
olhar por um longo período. Ambos viram o triste presságio e guardaram o
momento que estavam juntos em silêncio, pois nenhum era forte o suficiente para
admitir o que viria a seguir. Era um adeus torturante.
Quando Isabel voltou para o lado
de seu pai, recebeu um olhar discriminador deste. Mas isso não importava. Ela
só conseguia pensar no destino próximo.
Enquanto os dois homens se posicionavam
no centro do campo imenso do jardim, ela prendeu a respiração por um segundo.
Ela tinha que ter esperanças. Ela precisava manter a esperança. Arthur e
Henrique pegaram suas armas e se cumprimentaram em sinal de respeito. Passado
os pontos formais do duelo, os dois ficaram de costas uma para o outro e, com a
arma erguida, deram três passos em direções opostas. Ao sinal d partida, seria
questão de segundos e tudo estaria acabado. Foi o rei que deu o sinal, então
houve um movimento rápido e dois disparos quase ao mesmo tempo.