sábado, 15 de setembro de 2012

METAMORFOSE


Tocada pelo amor tão cedo
Seu coração sempre bateu sem medo
Levada por sonhos infantis
Aprisionada em um suvenir

Não se deu conta de que o tempo não para
Ou apenas fingiu que não passara
Enquanto escondia-se em seu casulo
A borboleta não viu o crepúsculo

O luar tocou-lhe o coração
As estrelas lhe estenderam a mão
Os fios do vento teceram o corpo
O brilho pousou sobre o fosco

Seus desejos foram adquirindo textura
Foi amadurecendo a ternura
Queimando como um incenso
Sua aura foi de rosa ao vermelho intenso

A noite trouxe a superfície uma mulher
Mas não lhe tirou a menina que é
E na espreita do amanhecer
Espera o beijo da luz lhe aquecer

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